sábado, 19 de dezembro de 2015

O Numinoso em mim - VI Interação de Natal - Boas Festas e até 2016







Nesta VI Interação de Natal proposta pela Rosélia, do idade-espiritual.com, ressalta nosso olhar mais apurado, nossos sentimentos mais aflorados e nossa percepção do belo que há nas criações de toda natureza.
O Numinoso em Mim, está presente desde meu acordar todas as manhãs até meu adormecer.Alicerço-me nas maravilhas existentes e nas recebidas.Reforço minha consciência de ser parte do Todo Maior e nesta luminosidade me insiro.
Sintetizo em poética letra e música os sentires que agora me faltam em palavras escritas.A canção " Vilarejo" interpretada pela Marisa Monte, retrata um conjunto numinoso.Vejam só!




Vilarejo 
( Marisa Monte)

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraíso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonhos semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Xangri-Lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for.




Desejo a vocês um Feliz e Abençoado Natal, repleto de horas sorridentes e carinhosas!
Boas festas para todos os amigos e amigas da Blogosfera.

Agradeço a companhia preciosa de todos vocês durante o ano que se finda e desejo que o Novo Ano reacenda a Paz e o Bem em cada coração humano.
Obrigada!





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Imagens: pinterest/ turisfrance.fr




quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Presentes com alma








Sem negar a máxima de "saber é preciso", nessa era da intensa e frenética informação, faço pausas terapêuticas pra recarregar a alma de amenidades, algum lirismo e doses de nonsense inócuo; placebo admitido no correr destes dias espantosos, alarmantes em alto grau.Sinto-me enormemente afligida com tantos e tão assustadores informes que minh'alma anda encolhida e quase criando penas de avestruz, que num esforço diário arranco com a pinça do restinho de ânimo que encontro enfurnado na última gaveta do coração...consciente.

Foi nesse embalo de saber e abstrair que voltei meu foco para os preparativos do Natal, povoando a mente e o espírito no intento de reunir alegria comemorada em família.Noves fora consumismo exagerado, faço sim, a lista dos presentes encabeçada pelos netos e netas, filhos e filhas, noras, genros e as amigas, num critério balanceado pelo significado da data: lembranças afetivas ou presentes com alma.Achei bonito o termo definindo os objetos que trazem carinho e afeto em sua criação.O que não faltam são presentes mágicos feitos por mãos habilidosas e cheios de utilidade.É só dar um giro pela web que ficamos boquiabertos(as) com a enormidade de lindezas artesanais.Houve até um lembrete veiculado no Face sobre dar-se valor aos artesãos, especialmente nestas datas.

Eu sempre me meti a fazer umas e outras coisinhas aqui e ali, sem maiores pretensões. De quadrinhos em tapeçaria, passando por crochet e ponto cruz à decoupage, gosto de ocupar as mãos e a mente em horas delicadas e,comprovar como isso me faz bem, como tem alimentado meu ânimo a ponto de no mês passado mover-me na redescoberta do crochet, que resultou em duas sainhas pras netinhas.

Fica a dica e meu intento de que resistir ao abatimento renova e faz crescer.











quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Sintonias apreciadas









Leitura da manhã, assim, despretensiosa, daquelas que nos caem nos olhos feito delicadeza do acaso trazendo espelhamentos, sorrisos cúmplices, lembranças e suavidade. Assim foi com essa leitura, uma sintonia afinada nos gostos, dizeres e sentires.Quem sabe, vocês também se afinem conosco... 



Simples assim
                                     Carolina Salcides

Gosto da minha casa.

Gosto das minhas flores: flores lilás, lavandas, hortências e tulipas rosas.

Gosto da cor branca (em tudo agora)...de sentir a paz, o silêncio e o perfume de alecrim.

Gosto de pisar no tapete de pele, sentir o ar gelado entrando pela fresta, usar meias listradas.

Gosto de olhar pela janela as folhas dançando com o vento, a palmeira arranhando meu vidro....

Gosto de sentir o sol da manhã aquecendo meu corpo.... de sentir o cheio de café novo.

Gosto do silêncio da noite, da lua cheia gigante na sala.... da taça de vinho na mão.

Gosto de sentir o conforto, o calor, o amor, as mãos entrelaçadas....

Gosto de misturar temperos, ouvir música francesa.... usar kimono florido.

Gosto de ver como as plantas crescem quando se cuida.... e murcham de repente.

De como a chuva cai sem pedir licença. De como se forma um arco-íris na parede.

Gosto de ver como a vida pode ser simples e surpreendente.

De como a rotina pode ser a mesma e ser diferente.

Gosto de sentir que o amor cresce... gosto de ver quando o olho brilha.

Gosto de sentir a leveza, a liberdade.

Gosto de me sentir assim: em plena Felicidade!

Simples, assim.



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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Escolhas, desafios de todas as horas






Eram três narizes aspirando o ar gelado que se desprendia do freezer dos sorvetes.Tentações enfileiradas. Opções variadas.É preciso escolher um sabor e sem demora senão o gelo se desfaz.Multicoloridos picolés sorriem pra gente de dentro das embalagens. Todos sedutores.Qual escolher? "Apressem-se, meninas, faço o chamado alto." Cada uma pega o seu escolhido sem, no entanto, deixar de lançar um olhar lamentoso pro demais que lá ficavam no recinto gelado.Gostosuras nas mãos vamos caminhando entre gostosas mordidas e saboreios. Sem demora a pequena pede:" Posso provar do teu, vovó?" Novo sabor; nova avaliação seguida da esperada pergunta:
__ Vamos trocar?

Nem sempre é tão fácil mudarmos nossas escolhas.A opção por uma é renúncia pelas demais.Fato.Sorte será a de poder-se refazer, redesenhar escolhas não muito favoráveis, aí, se dá o que chamo de oportunidade fortuita.

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Na trilha do assunto encontrei esse texto da Cristina Souza/ Obvious,
" O que você anda escolhendo", do qual destaco trechos interessantes;  


A época é outra, mas as indagações permanecem – as dúvidas quanto ao amor, as dores da solidão, a banalização dos sentimentos, a supremacia da aparência, a perda de tempo com as trivialidades. Não, não é culpa da internet, do smartphone ou do tinder – embora eu acredite que essas ferramentas acabaram por amplificar e facilitar esse cenário – a culpa é nossa. O problema dessa agonia generalizada, dessa banalização dos sentimentos, desse circo todo é pura e exclusivamente nossa. As pessoas perderam o trato com as próximas, e não sei bem quando isso aconteceu, se foi na época de trocas de cartas ou quando eu mandava meu último whatsapp.
Já dizia Clarice: A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre. E concordo com o velho Buk, se parássemos para pensar nisso, quem sabe podíamos amenizar um pouco dessa agonia toda? Todo momento de nosso dia é uma escolha, e como disse o Jô Soares em uma entrevista: Escolher é perder sempre. Mas cabe a nós decidirmos o que vale a pena perder, já que não temos todo o tempo do mundo. Que diabos, nem ao menos sabemos quanto tempo nos resta!
Se cada escolha significa uma renúncia, não está em tempo de pensarmos melhor sobre nossas perdas? Em pensar menos no volume, na quantidade, e mais na qualidade daquilo que estamos escolhendo? Vários colegas ou um bom amigo? Várias risadas forçadas em uma festa ou uma noite com risadas sinceras de doer a barriga? Muitas transas vazias ou poucas transas com possibilidades do aconchego do depois? Que tal menos ‘doer’ e mais ‘doar’?

Não estou dizendo que devemos deixar de fazer outras coisas triviais. Não devemos ser sérios sempre, nem filosóficos sempre, nem ser altruísta sempre – mas aprendi que a vida nos dá dois caminhos de aprendizagem: o da dor e o do amor. E enquanto eu puder escolher, fico com o segundo, ainda que pareça que ele dói às vezes, o caminho do amor é sempre a melhor opção. E já que não temos escolha sobre a morte, que ao menos a gente possa escolher as possibilidades que deixam a vida mais leve. Daqui a gente não leva muita coisa mesmo.


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Imagem: pinterest



quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Por Hoje







Hoje quis quedar-me no silêncio das coisas e só ater ouvidos pra natureza límpida, sábia e cíclica infestada de vida abundante, de fulgores brilhantes, de auroras e crepúsculos que bradam em cores a grandeza do viver.
Em prece me quedo. Em prece agradeço. Em prece rogo por  compaixão universal.


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"Um raio 
 Fulgura
No espaço,
Esparso,
De luz;
E trêmulo
E puro
Se aviva,
S'esquiva,
Rutila,
Seduz!

Vem a aurora
Pressurosa
Cor de rosa
Que se cora
de carmim;
A seus raios
As estrelas,
Que eram belas,
Têm desmaios,
Já por fim.

O sol desponta
Lá no horizonte,
Doirando a fonte,
E o prado e o monte
E o céu e o mar;
E um manto belo
 de vivas cores
Adorna as flores
Que entre verdores
se vê brilhar[...]"

(Estrofes do poema: Tempestade,Gonçalves Dias)

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Foto minha


sábado, 7 de novembro de 2015

Simplicidade / Varal Coletivo










Provou com cuidado o caldo na colher.Deixou que o líquido assomasse as papilas espalhando sabor.Achou que merecia um pouquinho mais de pimenta do reino.Só um cisco, uma triscada sutil por sobre a fervura e pronto.Simples assim. Perfeito assim.

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Disseram-lhe que as pedrinhas fariam uma espécie de represa pra água não escorrer pr'o passeio.Aceitou e cumpriu o conselho.Passados poucos dias viu que a água caprichosa achava seus caminhos, escorria solene entre pequenos desvãos do acimentado. Tornou, então, a realocar o leito de pedrinhas e novos caminhos soltos se fizeram.Estava quase desistindo quando em um passeio pela vizinhança viu um bem arrumado canteiro de icsórias.Coloridas e juntinhas formavam um anel florido.Poderia dar certo.Com esta ideia na cabeça e espírito animado, foi pra casa.

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Bateu aquela vontade grande de tomar um cafezinho.Já sentia o aroma vindo da cozinha e invadindo a casa enquanto se dirigia ao preparo. Montou a cafeteira e descobriu que estava sem filtro de papel. E agora? Deixa pra lá! Não é o fim do mundo, só a perda dum momento prazeroso.E vale perder-se instantes assim? Vasculha o armário e constata.Não tem mesmo.Mal humorada, vai saindo da cozinha quando seus olhos batem no aramado por sobre a pia; a toalha de papel, claro!E o aroma do café a abraçou por inteiro.Tão bom! Tão simples!

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Com a xícara fumegante, sentou-se acomodada com o livro da vez ao colo.Na página saltavam palavras carregadas duma intensidade simbólica onde a simplicidade se mostrava risonha nos sentires da gente simples do lugar.Nostalgias compartilhadas, narrativas detalhadas a descrever e provocar opiniões. A dela também.


" Dizem que a vida era melhor quando era mais difícil.Dizem que a comida era mais saborosa quando as pessoas tinham fome e que não há nada mais maravilhoso do que assistir a cada nascer e pôr do sol.Dizem que a vida deve ser assim: trabalhar com afinco, comer a sua porção e dormir como uma criança...
" Toda manhã,saímos para caminhar cedo, enquanto o sol ainda está nascendo.Encontramos as fontes romanas que jorram água clamantes e muito quentes nas quais molhamos nossos pés ou, quando queremos, mais que isso..."
( trechos de: Mil dias na Toscana, Marlena de Blasi)

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Finalmente pude participar desta edição do Varal coletivo a convite das amigas, Ana Paula, ladodeforadocoração e Tina Bau, blogdtina. São interações como essas que estreitam mais amizades calorosas por aqui na blogosfera.
Valeu, meninas! :)





segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Pontos Passados










São dois pontos,
duas vistas, 
partes do mesmo quadrante,
 pares incertos,mas constantes,
repartem muitos olhares.
Ponto visto, ponto cego,
surge, desaparece,
mostra por instantes,
esconde por séculos.
Ponto de partida,
 marco de chegada,
 ponto escolhido,
cálida parada.
Ponto esquecido,
se lembrado, querido.
Ponto, parada,
refúgio, escapada.
Ponte ou ponto,
trilha passada,
pegadas na areia,
caminhada.
                             (Calu)


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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

É cor-de- rosa...choque




(pinterest)


Domingo passado em meio a passeata em prol da saúde da mulher- Outubro Rosa- íamos eu e meu neto Miguel saltitando pelo calçadão ao ritmo das músicas que embalavam a caminhada.Ele muito atento perguntando sobre tudo chamava minha atenção exclusiva.Queria saber, principalmente, por que todo mundo estava vestindo algo rosa.Por que os balões também eram rosa... Eu tentava resumir dizendo que a cor rosa era dedicada às mulheres(??).Ele ouvia, mas não se sentia atendido.Ao chegarmos em casa, voltou ele com sua bateria de questões: __ Mas, por que, vovó?

Desfiei um pequeno novelo de justificativas para a campanha usar a cor rosa como simbologia; em outras palavras, claro.Ele balançou a cabeça, sorriu pra mim como se estivesse satisfeito com meu esforço e foi se entreter com um jogo da velha.Eu é que não me satisfiz depois disso. Fiquei atacada de comichão curioso.Mas, por que a cor rosa? Por que não o laranja? Por que não o vermelho, o bordeau...Por quê?

Saí a cata de informações e custei a achar uma que considerei mais ajustada, mais especialmente adaptada na ideia-tema_ Outubro Rosa__mês de alerta para cuidados com a saúde feminina.E a que, pra mim, mais se encaixa no contexto é esta que encontrei Aqui, definindo as sutilezas e simbologias dedicadas à cor rosa. Gostei muito.Então, antes que o mês finde, antes que outras mentes curiosas questionem, lá vai:


Por que o Rosa ?


 "Na Numerologia cada número tem uma cor que é correspondente e a cor que vibra na frequência do 8 é o ROSA!

O Rosa é a cor que trabalha o nosso chakra cardíaco, a nossa amorosidade, a nossa compaixão.

"O ROSA consiste num vermelho na sua variedade mais elevada, na qual o físico se une ao espiritual, inspirando AMOR, calor e generosidade."

Existem estruturas dentro de nós que são extremamente resistentes e das quais muitas vezes custamos a nos libertar. A cor rosa quebra essa resistência através da afetividade, da equanimidade, da suavidade. 

Para as mulheres a cor rosa fortalece seus órgãos reprodutores; para a saúde de todos em geral, fortalece o sistema imunológico, pois alimenta a glândula timo.
Atingir o Portal 8-8-8 requer leveza, serenidade, então é rosa por fora e rosa por dentro..." 


Olhando com olhos aquarelados, cada mês do ano tem suas cores.Umas mais destacadas que outras.Umas mais definidas, outras somente insinuadas, algumas fortes, outras suaves; cores presentes na infinita e cativante paleta natural. Já que o novembro será azul, pra dezembro, eu escolho o vermelho-vida. E pra janeiro? Digam aí, vcs!


Pra não esquecer:









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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Tessituras Amorosas








Ao ler o comovente post da Ana Paula, ladodeforadocoração.blogspot, voltei num lufada de vento antigo aos tempo idos e queridos da minha primeira gravidez.Tudo recentemente novidadeiro e um tanto perturbador.O desconhecimento, as mudanças rápidas em todos os quadrantes do corpo, perguntas orbitando o pensamento e poucas respostas sólidas pra a inexperiência sentida, preencheram aqueles dias de muita inconstância.Longe da família, longe da cidade familiar, tudo era novo e também desconhecido.

Aos pouquinhos meu novo mundo se apresentava trazendo a cada dia um motivo a mais para cada descoberta.Em meio a tudo isto, tive uma recepção calorosa pela mulheres da vizinhança.Fui ternamente abraçada por elas com seus sorrisos cativantes, suas palavras confortadoras, suas mãos generosas a me ofertarem o carinho que lhes era nato.Mulheres maduras, mulheres jovens, mães experientes que me trouxeram ao colo e me acalmaram as dúvidas.Mulheres fortes, vigorosas a me servirem de exemplo constante e inesquecível. Mulheres cuidadoras da sua própria prole e da de todas. De repente, minha casa encheu-se de risadas, de confidências ressoadas, de conselhos na antiga sabedoria da vida, de pezinhos lépidos e arteiros, de horas prenhes em fértil convivência feminina.

Essas mulheres, que fazem parte da minha galeria afetiva, que repousam na minha cálida memória de sempre, guardadas no coração e nos álbuns das fotos da família; essas mulheres me ensinaram a tecer.Em suas mãos ágeis eu via, encantada, surgirem peças delicadas de formas, cores e tamanhos que me pareciam verdadeiras obras de magia.Pois, em pouco tempo eu também fui capaz de fazer magias iguais àquelas que me foram ensinadas com afeição traduzida nas laçadas das horas reunidas.

Minha primeira criação foi uma manta vermelha em lãzinha antialérgica macia e delicada pra minha neném que ia chegar, embora na ocasião eu não tivesse a menor ideia do sexo, o que jamais modificou o carinho e o amor presente em cada ato, em cada detalhe da espera.Em dois meses estava pronta e eu exibia toda orgulhosa o resultado da minha arte simples e amorosa.A ocasião mereceu até comemoração com um farto café da tarde cheio de ainda mais guloseimas do que as habituais, só pra não perder a oportunidade de mais um encontro festivo.

Essas mulheres, fontes reveladas da sintonia Universal que nos constitui alma e coração irmanados em permanente profusão de amor, de cuidados, de energia renovadora e força restauradora da harmonia natural, me acolheram e alimentaram a alma sedenta.

Aqueles raros dias de feliz convivência bordaram em mim belos aprendizados dos quais jamais me esqueci e, parafraseando o lindo desfecho dado pela Ana Paula no texto inspirador, repito:

"Segui com olhos  de encanto e não desisti." 


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* Não tenho, no momento, acesso aos álbuns de família, por isso não foi possível postar a foto da referida manta.



Imagem: google

sábado, 24 de outubro de 2015

Porque hoje também é dia de poesia









Sou apaixonada por árvores.Reside nelas um mundo tão imenso e muitas das vezes imperceptível aos olhares fugazes. É preciso calma e proximidade para ver-se um pouco além do natural.Para ouvir sua voz, aprender com seu exemplo, desfrutar da sua generosidade, é preciso calma.

No mais simples ato de sua longa vida, a sombra que oferece tão logo vai se formando um ser, convida e acolhe:__ "Venha você, estou aqui."


Velhas Árvores

Olavo Bilac


Olha estas velhas árvores, mais belas 
Do que as árvores novas, mais amigas: 
Tanto mais belas quanto mais antigas, 
Vencedoras da idade e das procelas... 

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas 
Vivem, livres de fomes e fadigas; 
E em seus galhos abrigam-se as cantigas 
E os amores das aves tagarelas. 

Não choremos, amigo, a mocidade! 
Envelheçamos rindo! envelheçamos 
Como as árvores fortes envelhecem: 

Na glória da alegria e da bondade, 
Agasalhando os pássaros nos ramos, 
Dando sombra e consolo aos que padecem! 

( in: Poesias)


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Amigas que chegam...

Chica__ " Adoro essa poesia e também as árvores todas e, realmente elas nos acolhem, nos ofertam, seus frutos, suas flores, sua sombra, sua presença..."

Tina Bau __ "Também amo árvores e vejo nelas beleza, lições, filosofias e poesia.Tantas viram mais de uma geração.Deram sombra, frutos; sem ajuda atravessam as estações.Tem quem ache loucura abraçar uma árvore, loucura mesmo é derrubar uma..."

Cristiane Marinho__ " Também amo árvores e tenho uma ligação especial com elas, adoro abraçar árvores, ouvir o sussurro do vento em suas folhas, os passarinhos, suas mudanças com as estações. Reverencio profundamente esses seres tão antigos, que já habitavam o planeta milhares de anos antes da nossa espécie surgir..."

Cristina Pavani__ "Também adoro árvores; subo nelas até hoje.É demais ver o mundo do alto sentindo aquela brisa aromatizada pelas folhas..."

Norma__ "São também uma das minhas paixões.Sempre fotografo e me detenho no olhar.Nos dão muito nesta nossa trajetória tão fugaz."

Bia Haim __ " Embora nunca tenha subido em uma, gosto muito de árvores, observá-las, fotografá-las, respirar perto de uma...vejo-as como símbolos de força e generosidade por tudo o que nos oferecem."

Patrícia Merella __ "Amo esta poesia de Bilac! Assim quero viver, sem me importar com a maturidade!"

Ailime __ " Adoro árvores e quando alguma é cortada sofro imenso. Pode acreditar.É como se um pouco de mim fosse com elas!
Desde criança aprendi a amar a natureza e a respeitar as árvores.Elas me protegem e dão tranquilidade."


sábado, 17 de outubro de 2015

Meu roceiro favorito












Contei pra vocês da minha recente mudança de casa e de bairro. Pois é, vim pro apartamento numa rua super movimentada.A diferença com meu bairro antigo é gritante, em imagem e fato.Se senti e sinto a modificação, imaginem o meu roceiro.Passados já quase três meses ele ainda está deslocado.Tudo o agita, a barulheira, as buzinas, a obra gigantesca na rua acima próxima daqui e, isto acrescentado de seu temperamento territorialista.Não admite que nenhum outro cachorro cruze o seu soberano caminho, e pra garantir exclusividade, avança pro incauto com latidos e safanões.Imaginem só a força que não tenho e preciso fazer pra contê-lo, porque ele me arrasta com toda facilidade.Conversei com um passeador que explicou o caso: um cachorro de porte grande consegue arrastar até quatro vezes o seu peso.Não sei fico feliz por não estar obesa ou se lamento minha pouca massa corporal.

Esse bairro é muito "cachorreiro." Tem de todos os tamanhos e raças.Umas gracinhas passeando com seus donos ao lado( inveeeja), educados e elegantes, enquanto eu passo me escondendo com ele atrás de árvores e postes entre um puxão e outro e muita reza pra que nenhum cachorro cruze conosco. Depois de altos estresses e alguns desaforos dos donos, modifiquei nosso horário.Saímos as 7:00hs da manhã e as 22:00hs da noite, quando a rua esvazia mais.Tamanha é a força que faço na guia que cheguei a envergar o dedo indicador.Pronto, luxou!Tome a passar Cataflan e a distribuir a força entre as duas mãos. Vivendo e aprendendo!

Pra um cão acostumado com espaço livre só pra ele e, os sons da natureza sendo pouquíssimas vezes quebrados, ele não sabe o que faz nessa balbúrdia diária, coitado.Noutro dia não eram 6:00hs e um caminhão guindaste fazia uma barulheira infernal na rua de cima. Haja paciência!

O Tchuco continua um crianção apesar dos noves anos de idade.Ontem, durante nosso brevíssimo passeio, quis pegar uma borboleta incauta que lhe atravessou o focinho.Ele é um companheirão, dócil, brincalhão e acredita que é um humano, pois não admite sua espécie.Um verdadeiro Jeca-Tatu canino.Tenho de providenciar uma terapia pra ele e pra mim.



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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Do que gente grande precisa saber



Reedição de 09/2014  








Se a gente grande soubesse
( Billy Blanco)

" Se a gente grande soubesse
o que consegue a voz mansa
como ela cai feito prece
e vira flor, 
num coração de criança.
A gente grande que tira
o meu brinquedo da mão
tirou de um músico a lira
interrompeu a canção.
De tanto não que eu escuto
o não eu vivo a dizer
eu não sossego um minuto,
é natural
eu não parei de viver.
A gente apenas repete(tal e qual)
tudo que escuta e que vê, ( não leve a mal)
Pois gente grande eu queria
ser um dia
todo igualzinho a você [...]"



Neste mavioso conjunto de letra e música, o compositor Billy Blanco deu voz às crianças de hoje e de sempre, traduzindo com terna sensibilidade os gostos e jeitos do ser criança,cantando em versos a beleza dos desejos infantis. Uma música que enternece e faz pensar com carinho sobre nossos "atos adultos."


"__Eu nunca vou esquecer a forma que meu pai me acordava cantando todos os dias.Me sentia segura."
( Marisol_ filha de Billy)



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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Cadê o toucinho que estava aqui?











Minha manhã cronometrada já avisava que o período destinado à caminhada tinha acionado meu cuco particular, então, era sair agora ou pular esse ítem da agenda do dia e prosseguir; o que me deu mais pressa na procura da minha viseira.Abre armário, olha no quartinho, no banheiro, no gavetão da cama...e nada até agora.Não que a viseira seja componente imprescindível, mas que ajuda com a luminosidade e a proteção pro rosto, isto,sem dúvida.Mas, o desconforto maior nessas horas de busca é a falha da dita memória recente. É desconfortável pra caramba a certeza de que temos um objeto, sabemos que o colocamos dentro de casa e não lembramos de imediato seus rastros. Aí, é um tal de pensamento invasivo atravessar  nosso córtex distraído nos deixando com um elefante atrás das orelhas pesando perguntinhas capciosas:
" Como vc se esqueceu de onde guardou a viseira(?) Hum, a memória tá falhando à beça, heim..."

E, feito análise combinatória vamos achando que precisamos tomar ginko biloba, exercitar mais a memória e até consultar um especialista pra fazer uns exames...neura total.Haja coisa sumida pra haver neurose acontecida.Só que fica meio impossível não pensarmos em todas essas possibilidades em meio a tantos alertas informativos, artigos, vídeos e causos verídicos.Claro que não é caso de psicose instalada, pois quem não perdeu chaves, óculos, livros e coisistas mais em qualquer idade da vida? Mesmo sendo comprovado que a idade não é condição primordial e o filme do ano, " Para sempre Alice", registra isso.Triste, mas real e certamente quando vemos as primaveras se acumularem ficamos mais suscetíveis a estes pensamentos e alimentamos nossos elefantes brancos.Em ocasiões assim, havia um dito popular entre nós, colegas professoras: "Espanta o alemão!"

Só pra constar, achei a viseira dois dias depois dentro do buffet da sala.
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Ilustrando melhor o assunto, visite:
www.minhavida.com.br/saiba diferenciar Alzheimer e envelhecimento.






sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Das coisinhas tidas








Estes tempos de incertezas aumentam as precauções até com os pequenos acontecimentos, focando a  atenção a certos cuidados básicos. Por isso e mais, trago sempre um guarda-chuva na bolsa, outro no carro. Penso que assim estarei prevenida pra qualquer contratempo do clima, e  perco o número de vezes que fui pega em chuvaradas ventosas de dobrar o frágil apetrecho que tenha em mãos.Aquele, que achei me protegeria da intempérie, seria abrigo e, qual o quê, mostra-se ineficiente como tantas outras coisas cotidianas em que depositamos a máxima confiança de uso e nos deixam na mão. Faz parte das inconstâncias.Diz uma amiga que isso serve pra destrancar os cadeados que colocamos nos dias e mostrar-nos que por mais que planejemos, a vida sempre segura o lápis por cima da nossa mão e conduz o desenho.Então, creio ser melhor, rirmos ensopadas de chuva aproveitando o momento-criança para sair chutando a poça d'água, sem esquecer de agradecer aos céus o bendito aguaceiro.
Como repete muito o marido: "Chuva fina não me molha. Sereno não vai me molhar( ditado popular).E neste cenário é mais adequado a gente exibir um guarda-chuva cinematográfico e sair por aí, de preferência,cantarolando.



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Crônica de Rubem Braga maio 2014 trecho 

Já tive muitas capas e infinitos e guarda-chuvas[...]

Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão , e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel, etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.
O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.
Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.
Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou faça sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para fugir.
Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido que iria para cima do telhado quentar sol, como fazem os urubus.[...]




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