terça-feira, 30 de setembro de 2014

Lá vem o Sol - auroras inesquecíveis









Domingão com bolo adoça  as conversas mesmo de quem está com olhos à meia-luz, como digo, feito o pai do Rafa madrugador(rsrs).Aniversário do vovô é dia de algazarra geral e mesmo no meio da barulheira o menino dormia a sono solto e nem se abalava com o movimento frenético da casa. Meu filho, pai do neném, se dizia desacostumado das funções noturnas do pequeno, afinal o irmão já é menino-grande, como ele diz, que acompanha os horários estabelecidos.Como consolo, aconselhei ao filho que aproveitasse pra curtir a aurora de cada dia, embalar o pequeno diante do espetáculo do amanhecer, receber as luzes novinhas trazidas na pintura do céu.

O nome ( aurora - deusa do alvorecer) e o fenômeno, me são muito caros.Gosto deles e do que representam. Foi em noites amanhecidas que aprendi a observá-lo com o vagar que a ocasião pedia, sorvendo pela janela do quarto da primeira filha os primeiros raios de sol das manhãs chegadas.O cansaço cedia lugar ao encanto e nós duas dormitávamos recostadas no sofázinho, banhadas pela aurora em suas luzes fulgurantes que desenhavam os céus do planalto central.

Quem já presenciou o espetáculo por lá sabe do que digo e das sensações que trago na memória afetiva real, sem invencionices.O altiplano central possibilita uma amplidão de infinito incomparável e faz-se de tela estendida pra todos os coloridos que vão se alternando na extensa luminosidade que por lá é natural.É de tirar o fôlego.Não sem fundamento sabe-se do quanto o ex-presidente JK tecia saudações aos céus de Brasília/ planalto central, merecidamente.

Houve, porém, uma outra ocasião inesquecível pra mim.Foi numa viagem de férias.Pousamos na primeira parada do percurso em Gurupi, hoje Tocantins, com o compromisso de acordarmos às 5 h da manhã pra nos arrumarmos, tomarmos café e seguirmos estrada afora e, assim aconteceu conforme o combinado, só não esperávamos ser expectadores boquiabertos do espetáculo que se deu à hora marcada, um show de luzes vermelho-alaranjadas estendidas por sobre todos os espaços abaixo daquele céu extenso matizado em base azulada, pontilhado em contornos esbranquiçados, rasgado em feixes coloridos.Impressionante!Não tenho fotos minhas da época.Aquelas férias foram em julho de 79, crianças pequenas e muitas funções pra dar conta, só ficou mesmo a lembrança vívida daquela aurora fenomenal.


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"Here come the Sun", lindamente cantaram os Beatles!




As fotos são de Gurupi ( Google- olhares.uol e flickr).Quem for por aqueles lados não perca o espetáculo e tire muitas fotos, viu!





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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Anúncio - Festa da Primavera








Ao florescer, o corpo colore, amadurece com vagareza o pólen, anuncia o renascimento e tinge de verde-esperança os arredores.

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Mormaço de Primavera
(Thiago de Melo)


Entre chuva e chuva, o mormaço
A luz que nos entrega o dia
não dá ainda pra distinguir
o sujo do encardido,
 o fugaz , do provisório.
A própria luz é molhada
De tão baça não me deixa
sequer enxergar o fundo
dos olhos claros da mulher amada.

Mas, é com esta luz mesmo
difusa e dolorida
que é preciso encontrar as cores certas
para poder trabalhar a Primavera.

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São tantos... são muitos os significados possíveis para a entrada da Primavera e, todos têm alegorias poéticas, inspirações enlaçadas, promessas antevistas.Todos os olhares trazem líricas leituras enramalhadas por cada floração entoada no canto dos amanhãs possíveis.

De cantos e poesias se faz a obra do poeta amazonense, Thiago Homem de Melo, inspirado pintor de palavras em versos e em prosas aprofundadas nas raízes da sensibilidade e da consciência crítica na seiva humana do povo brasileiro, canta o homem e a natureza.

 Todo esse encantamento tomou conta dos espaços reais e virtuais, unindo em floradas imagens e palavras a chegada da nova estação, que queremos todos, seja prenúncio de tudo o que há de bom; se depender do nosso empenho, isto já está garantido a começar pela Festa da Primavera promovida pela Anne Lieri (AQUI).Inspire-se vc também!












terça-feira, 23 de setembro de 2014

Cooperação sempre em pauta - sintonias geradoras








Por mais que seja repetitivo eu gosto muito de voltar ao assunto sobre sintonias geradoras.Sou uma acalorada fã destes acontecimentos fortuitos que ás vezes têm a aparência de coincidências propícias, mas que no fundo comprovam o quanto as motivações afins estão relacionadas.Tendo incentivado esta modalidade em todos os palcos da vida, pouquíssimas vezes a vi desandar, o que não foi  suficiente para me fazer desacreditar de suas mágicas capacidades.

Aqui mesmo, na blogosfera, comprovamos amiúde a vibrante interação que as sintonias geradoras provocam.Vocês sabem disso.Além das BCs, rodas de conversas e tais, acontecem também postagens que se complementam formando uma rica ciranda, como as da semana passada, com as queridas Beth Lilás (Aqui) e Jan (Aqui); comigo também acontece do mesmo jeito.Muitas inspirações partem de sintonias  pela web.Não falo de cópia não, e sim de cooperação feliz, onde um(a) completa ou acrescenta o pensamento do outro:sintonia geradora.

No terreno da educação, o notável pensador, Vygotsky, já preconizava tais práticas férteis  nas quais os professores deveriam promover o trabalho em duplas ou em grupos de alunos(a) em sala de aula fomentando a troca e o enriquecimento dos conhecimentos, ao que hoje modernamente chamam de "brainstorms" muito utilizada em empresas e instituições do gênero.Desconfio que muitos adeptos nem saibam que esta prática tem origens em fundamentos pedagógicos comprovados.

No filme" Einstein and Eddington" de 2008, que aborda a fase final do desenvolvimento da teoria da relatividade revela a improvável pareceria que acontece na ocasião entre os dois cientistas.Tendo suas vidas contadas em paralelo durante a 1ª Guerra Mundial,o astrofísico de Cambridge, Eddington, começa a se interessar pelos trabalhos de Einstein.  Sua postura é refutada por seus pares devido a nacionalidade alemã de Einstein.Não se deixando intimidar, o astrofísico inglês se debruça sobre os estudos ainda incompletos e se candidata a ser o experimentalista a buscar as provas da forma final da relatividade geral que conduziria a uma nova teoria da gravitação dos planetas e estrelas no universo, uma vertente da teoria da relatividade.Embora distantes fisicamente, os dois cientistas trocavam farta correspondência acerca de seus avanços e recuos frente aos estudos conjuntos.Apesar de deixar de fora outros importantes colaboradores de Einstein historicamente reconhecidos e, não primar muito pela verdade, o filme traz uma boa ilustração da cooperação que gera conhecimentos para além do inicialmente esperado; sintonia geradora,onde duas ou mais pessoas se "conectam" num propósito benéfico.






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Imagem: pinterest

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A musicalidade que nos habita - canção de apoio










Quanto mais me aproximava  maior se fazia a sonoridade; simpático ritmo misturado em voz e batuques, repiques surdos na cadência da melodia desconhecida.O entusiasmo do cantante ecoava além dos metros, fora da visão e, trazia o riso de mão dadas com aquele refrão. Nas travessas cruzadas em aparente solidão só o vento brando mexia as ramadas, só o sol a pino rebrilhava o chão, sombras esticadas ressoavam nos passos, uma piaçava deslizava em auxílio da melodia ecoada, uma voz falava, um gato espreitava de cima do muro aquela estranha ocasião.E o som crescia na voz animada.Parecia um conjunto em ensaio pra festa programada.Mais uns passos, próxima esquina enfim revelada e eis que surge ao rés da calçada o alegre cantante de espátula em mãos, alisando o cimento novo do passeio aprontado, soltando a plenos pulmões sua original composição, melodia dançante, trilha de apoio ao esforço, som que brota do coração.


No instante que assisti a cena acima me lembrei das chamadas canções de apoio ao trabalho, nascidas, muitas das vezes, do sofrimento impingido aos povos escravizados, que cerceados até em seus lamentos viam nas composições melódicas forma e força pra suportarem suas desditas.Conta-se que muitos criavam conversações através de melodias com versos originais que misturavam sua língua natal com a dos seus senhores, criando uma linguagem própria e inacessível aos feitores e demais vigilantes.Os refrões, geralmente tinham caráter religioso, numa clara invocação de ajuda aos céus e que de certa maneira também cifravam as intenções dos cantantes.Alega-se que estas canções foram as sementes de muitos outros estilos na musicalidade mundial, como o spiritual, melodias em tom manso com andamento meditativo que os afro-americanos no período da escravidão, cantavam à capela em feitio de oração( parafraseando Noel).Apesar da conotação religiosa, certas canções ganhavam códigos/ expressões abolicionistas que mostravam aos escravos caminhos para sua fuga.

Dar-se um título, um intento/dedicação, faz parte da história da música desde a antiguidade clássica; música de festa, música de câmara, música fúnebre, odes musicais... e sabemos o quanto a lista é longa e fértil.Nós mesmos(as) não nos cansamos de aumentar a nossa própria lista, nossa trilha sonora particular que tanto alento nos causa.Tenho visto recorrentemente pela blogosfera muitas BCs  sobre a música em nossas vidas, destacando este ou aquele tema de preferência com grande adesão, afinal, somos feitos de silêncio e som( agora, Lulu) e, isto nos ajuda a traduzirmos emoções.


Às voltas com a musicalidade que me cabe, lembrei-me duma canção que faz parte da minha trilha sonora desde que foi lançada e nela permanecerá ad infinitum:






Andança

" Vi tanta areia, andei.
Da lua cheia, eu sei.
Uma saudade imensa...

Vagando em versos,vim
 vestida de cetim,
Na mão direita, rosas,
vou levar...

Olha lua  mansa a se derramar,
Ao luar descansa meu caminhar.
Seu olhar em festa se fez feliz,
Lembrando a seresta que um dia eu fiz;
Por onde for quero ser teu par.

Já me fiz a guerra por não saber
que esta terra encerra meu bem-querer
e jamais termina o meu caminhar,
Só o amor me ensina onde vou  chegar;
Por onde for quero ser teu par..."

(Paulinho Tapajós/ voz: Beth Carvalho)



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Imagem: cinemagraph

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Trilogia particular










Ao irresistível convite do azul infinito, nasce a urgência da não demora em ver a vida lá fora, em apanhar o vento com as mãos, inspiração profunda a encher de cor e brilho o mormaço batimento que em ritmo meio lento empurra o passo no terreno antigo; remoçar já, é preciso, não na face, n'alma ruguenta que nem se lembra de quando ficou assim.Talvez tenha sido em horas impensadas na correria dos dias engessados. Então, mais que ontem, pra hoje, pra agora, acordar meio criança, sem sono e sem freios, disparar em corridinhas, saltitar feito moleca, brincar de rodopios e simplesmente cantarolar...



São em horinhas assim, descuidadas que a poesia nos alcança( a felicidade também, segundo Rosa) e com um doce sorriso nos oferta o que não procurávamos, mas que ao vê-la, mal concebemos como pudemos viver sem aqueles versos por tanto tempo. Desconhecimento ou apenas costume com o vazio conhecido? É preciso livrar-se das preocupações que acentuam o prefixo da palavra e balançar-se no ritmo das letras em poesia.  






Kit de apoio imediato: livro de poemas, fotos da família, caderneta de endereços dos amigos(as), dois trocados prum cafezinho, um sorriso prontinho, abraços de plantão, uma pétala seca como marcador, um espelhinho de batom. 



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Imagens: tumblr e pinterest

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Do que não se pode esquecer








Se a gente grande soubesse
( Billy Blanco)

" Se a gente grande soubesse
o que consegue a voz mansa
como ela cai feito prece
e vira flor, 
num coração de criança.
A gente grande que tira
o meu brinquedo da mão
tirou de um músico a lira
interrompeu a canção.
De tanto não que eu escuto
o não eu vivo a dizer
eu não sossego um minuto,
é natural
eu não parei de viver.
A gente apenas repete(tal e qual)
tudo que escuta e que vê, ( não leve a mal)
Pois gente grande eu queria
ser um dia
todo igualzinho a você [...]"



Neste mavioso conjunto de letra e música, o compositor Billy Blanco deu voz às crianças de hoje e de sempre, traduzindo com terna sensibilidade os gostos e jeitos do ser criança,cantando em versos a beleza dos desejos infantis. Uma música que enternece e faz pensar com carinho sobre nossos "atos adultos."


"__Eu nunca vou esquecer a forma que meu pai me acordava cantando todos os dias.Me sentia segura."
( Marisol_ filha de Billy) 




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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Em busca do rio perdido - lugar dos sonhos / semana colorida








Sempre me dá uma enorme lamentação quando tenho de passar por uma rua cortada pelo asfixiado filete que um dia foi um rio. Há décadas já não apresenta nem vestígios disso, ao contrário, é uma réstia lodosa que se arrasta maleficamente em direção a uma gigantesca manilha que o engole de nossas vistas, acho que dali segue pelo subsolo longe do ar, mas creio eu, perto ou pra dentro do mar.Triste realidade que vemos por séculos nas nossas cidades transbordantes de agressões à natureza em todas as suas presenças no espaço agora urbano.Além da implacável falta de cuidados com o meio-ambiente juntam-se outras faltas conhecidas: descasos do poder público, crimes ambientais de todos os tamanhos, atropelos insanos baseados em estudos que ninguém vê ou sabe se realmente existem e por aí vão estas e outras escabrosas práticas a ferirem a natureza e a decretarem consequências sérias para a vida do planeta.




Encontram-se casos assim com toda facilidade, infelizmente, mas encontram-se também iniciativas protecionistas que mostram ser possível preservar a natureza sem grandes esforços da vida urbana e melhor, interligando os espaços e promovendo uma convivência mais saudável.Li sobre um projeto muito bacana chamado "Rios e Ruas", que realiza expedições pela cidade de São Paulo para descobrir rios soterrados.A grande maioria de nossas cidades é riquíssima em cursos d'água ou rios de pequeno porte e, no caso de São Paulo, numa mesma quadra pode haver um ou mais cursos d'água canalizados, soterrados, os quais a expansão urbana desordenada soterrou ainda mais.Mas, eles continuam lá,sobreviventes.

 Diante da calamitosa situação por que passam os paulistanos e os paulistas nestes tempos de extrema estiagem,o resgate de alguns de seus próprios recursos hídricos castigados ao longo dos tempos pode trazer alguma boa iniciativa que amenize toda esta secura.O "Rios e Ruas" faz uma campanha para levar a mostra de suas pesquisas ao Parque do Ibirapuera onde milhares de pessoas terão acesso á elas e poderão influenciar sobre os resultados que poderão advir delas.

Pra que a gente não fale só da aridez reinante, foi lançado pela FTD, o livro "Entre Rios", que reúne textos de sete escritores sobre os rios de suas infâncias ou com o qual se identificam. Primeiramente dedicado na categoria de infanto-juvenil, eu tomo a liberdade de indicá-lo para todos os olhares.Como se já não bastasse a promessa de belos textos de Moacir Scliar, Domingos Pellegrini e outros autores consagrados, ainda recebe o capricho esmerado dos desenhos de Roger Mello.Por tudo e muito mais este já está na minha lista de próximas aquisições.




"Mais do que maravilhas da natureza, os rios têm tudo a ver com nossa cultura, nossa história e nosso afeto."
( Mª José Silveira - organizadora)
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Emendando nessa prosa entre rios e lembranças, a semana colorida da Anne Lieri fica aqui também registrada sob o murmúrio das águas translúcidas ( assim esperamos que sejam todas).




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Imagens gentilmente cedidas pela Cristina, do brasillestepaulista.blog (AQUI)

Fonte: blogs/estadão__Tata Amaral



domingo, 7 de setembro de 2014

Entreouvidos no jardim





"Prepare o teu coração, pras...conversas floradas."



" Sempre tive o hábito de me agarrar nas grades como qualquer bicho preso.Ficava ali olhando a rua e as pessoas, só pra depois poder contar[...]"





" Temia o vento que arrasta consigo o que não queremos perder e joga areia nos olhos.Tinha razão.Quando nasci me esperavam esses dois destinos.Escolhi os dois [...]"






" Peguei o hábito de me encarapitar numa parte que era mais baixinha e contei a uma delas que ficava ali por causa da música[...]" 






" Para ele tudo era evidente, não devia explicações, nem de onde vinha nem para onde lhe levariam seus próximos passos. Estava ali , ela era bela, ele era alegre, e o fim de tarde ouro velho coloria o cenário em que se conheceram[...]"

( Rosiska Darcy de Oliveira)*





Em setembros prometidos, ares floridos se emolduram nas horas, desenhando cores e aromas, singelezas delicadas a adornar a vida!


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Muitos e variados jardins estão enfeitando a blogosfera, aquecendo os corações, trazendo suavidade ao olhar, anunciando a beleza que esperamos encha todos os lugares.Flores ajudam a colorir a vida e são prenunciadoras de carinhos especiais, como os que espalham a Chica, e a Rosélia.




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*Excerto de " Chão de terra", Rosiska Darcy de Oliveira.
Imagens: pinterest

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O mesmo nome, duas mulheres, duas histórias








Tratar a vida em toda a sua plenitude é um dos pilares do bem-estar completo.Corpo, mente, espírito (alma) e ambiente interligam este quarteto vencedor, muito buscado, defendido e aprimorado pelas ciências físicas, naturais e psicológicas e, para além delas; questões que se apresentaram nos últimos 40 anos despertando a sociedade para a importância de outros fatores singulares, mas cruciais ao alcance deste estado de vida plena.

Cada sistema interfere noutro e a corrente se intensifica, evolui ou involui conforme as circunstâncias e deflagra suas consequências, boas ou más. Por vontade própria ninguém, em sã consciência, vai querer quebrar a sincronicidade harmoniosa que poderá estabelecer a afinação destes sistemas, só que ninguém está livre de tê-los quebrados pelos malgrados e, aí é que se dá a desafinação e, todo cuidado é pouco para que ela não se perpetue.

Lendo na coluna do Ancelmo Góis, a entrevista dada pela cientista política Lúcia Hippolito, sobre a doença autoimune que a acometeu em 2012, diagnosticada como síndrome de Guillain-Barré, que leva à perda da habilidade de grupos musculares, provocando mudanças drásticas na rotina dos portadores desse mal, a comentarista conta sobre os inúmeros infortúnios que atravessou, seu desespero, medos e também as vitórias alcançadas, as quais ele devota principalmente ao amor do marido, sempre presente e cuidadoso.Um inestimável e reconhecido apoio que faz toda diferença.

Nos casos mais densos da reabilitação humana, uma visão holística ajuda e muito às diferentes práticas e tratamentos auxiliares baseados nas neurociências e demais faces que abrangem a multidisciplinaridade da fisiologia humana.Não são todos os profissionais ligados à área da saúde que têm esta postura holística permanecendo aquartelados em suas verdades, negando-se ao diálogo fértil e a promissora troca de informações entre si e, com isso relegando seus pacientes à uma meia-cura insatisfatória.

Pra nosso alívio, estes profissionais não são esmagadora maioria, embora façam presença, não conseguem obstruir outros que lhes provam em prática o quanto estão enganados nesta postura hermética.Um destes exemplos vitoriosos é o da Dra. Lucia Braga, presidente da rede Sarah de Hospitais, criada em 1968 e até hoje, símbolo de eficácia e humanismo nos tratamento de suas especialidades.Com um extenso e respeitado currículo, a Dra Lucia provou que além das técnicas utilizadas, o amor, a sensibilidade afetiva e a presença dos familiares representam sim, grandes saltos no caminho da cura dos pacientes.

Nascida em Porto alegre, mudou com os pais para Brasília na juventude e acompanhou todo o nascimento da cidade em suas mais remotas estruturas e, segundo ela, isso fez toda uma diferença em sua vida profissional:

"__ Era tudo novo. Tínhamos liberdade para criar o que quiséssemos.Havia uma diversidade cultural enorme.Não tínhamos compromisso para manter a ordem estabelecida(paradigmas), porque tudo aqui precisava e podia ser construído[...]"

E ela construiu, em cima dos estudos formais, uma abrangência de fatores a contribuir para o bem-estar completo de seus pacientes, estimulando a plasticidade cerebral e todos os sistemas à ela ligados, promovendo uma linha holística de tratamento reconhecida nacional e internacionalmente.








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Imagens: pinterest
google (ballet acrobático da China)



segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Até onde a vista alcança ?








" Verde claro, verde escuro, canteiro de flores, arbusto entalhado, e de novo verde claro, verde escuro, imenso lençol do gramado; lá longe o palácio.Assim o jardineiro via o mundo, toda vez que levantava a cabeça do trabalho[...]Mas a ele, no canto mais afastado do jardim, que a seus cuidados cabia, ninguém via.Plantando, podando, cuidando do chão, confundia-se quase com suas plantas, mimetizava-se com as estações.E se ás vezes,distraído, murmurava sozinho alguma coisa, sua voz  não se entrelaçava à música distante que vinha dos salões, mas se deixava ficar por entre as folhas, sem que ninguém a viesse colher..."(M.C.)*




Um olhar de dentro, lastima o jardineiro.Um olhar de fora, exalta a distância.Qual dos olhares fariam jus ao jardineiro e ao seu jardim?Bom, pra mim, seria ver e viver todos os verdes em boa e escolhida companhia.Nem sempre os salões trazem o real colorido da vida.






Pra começo de semana, pras horas distraídas, muitos verdes e claridades em seus dias!



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Imagens: pinterest
Excerto: A mulher ramada, Marina Colassanti, in: Doze reis e a moça no labirinto do vento.