Mulheres adoram conversar e, sendo com pessoas conhecidas aí mesmo é que sobra assunto.Então, puxa a cadeira e senta. Vc não acha que com a sobrecarga de trabalho que nos acometeu nas últimas décadas, essa satisfação foi rareando, e deixando uma frustração presente nos diálogos, fossem por telefone ( ainda se usa o termo?) ou ocasionais, e mais recentemente por emails?
Não há aquela que não se lamente das correrias, da falta de tempo para um papinho, um cafézinho entre amigas.Jogar conversa fora, como diz o senso comum.Será que é mesmo? Acho que aí deve haver uma triagem, claro que faz parte do papo mulherzinha tudo aquilo que vem no pacote: moda, tendências, vaidades, afinal ninguém é de ferro, mas não fica só por aí. Somos a maioria da população brasileira, formadoras de opinião, podendo até mudar o rumo de eleições.
Bem, mas além de sabermos que somos fantásticas (rsrsrs) e não perdemos a ternura jamais,soma-se a tudo isso nossos pequenos prazeres,como o da conversa, que tem rendido inovações surpreendentes em vários setores da sociedade.Desde grupos culturais ou empreendedores a iniciativas solidárias, as nossas conversas agregam sintonias há milênios, basta pesquisar historicamente muitas trajetórias femininas conhecidas, porque há as desconhecidas que a história esqueceu.
Somos boas em unir intenções e compartilhar satisfações. Hoje, com a internet isto é visto e sabido, porém não é novo.Essa prática remonta uma ancestralidade que se perde nas brumas do tempo num passado mítico onde o matriarcado era natural.
Quantas atividades bem sucedidas de grupos de mulheres, vc conhece? Parou pra pensar nisso? Seja em espaços sociais reais/virtuais ou profissionais, o número é enorme.Não estou sendo sexista, não, sou mãe de dois homens e de duas mulheres, mas vejo claramente na maioria de nós essa capacidade aglutinadora e me entusiasmo.
Vejam aqui, pela blogosfera, quantas mobilizações acontecem de grande e de pequeno porte,de inúmeras características. Mobilizações altamente positivas, agregadoras de valores que ressaltam os melhores sentimentos e gestos. É uma rede dentro da rede gerada a partir de nossos impulsos femininos, aqui priorizando o de conversar muito. Claro é, que muitos homens também são promotores de iniciativas assim, porém hoje foco no universo feminino para ilustrar essa conversa reflexiva,que espero, seja propulsora de outras mais.
E pra finalizar esse clube da Luluzinha ( quem tiver menos de 30 pergunte à sua mãe quem é a personagem), deixo aqui um trecho de Clarissa Estés,em Mulheres que correm com lobos:
"...portanto é o cozimento de novas coisas, novos rumos, da dedicação à nossa arte e ao nosso trabalho e gosto, que alimenta a alma *selvagem permanentemente."
(* natureza feminina)
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